O Elqui é a região do vinho chileno mais nortenho, desafiando o deserto de Atacama ao aproveitar os benefícios refrescantes do rio que lhe dá o nome. Se bem que atualmente se cultivem uvas viníferas ainda mais ao norte, tanto em Huanco como em San Pedro, ainda não se comercializam vinhos de seus frutos. Entretanto o Elqui produz vinhos consistentemente excepcionais, sobretudo os Syrah de clima frio, alguns dos quais se plantaram a 2000 metros acima do nível do mar, nos vinhedos mais altos do Chile. Esta apreciada variedade tinta domina o vale seguida pelo Sauvignon Blanc. No último ano ocorreu um importante incremento nas plantações de Chardonnay (aproximadamente 350%) e Pinot Noir (210 %) e um aumento dos vinhedos em geral em torno de 88%.
Vale do Limarí e do Choapa
O Limari surgiu
nos últimos anos graças ao êxito de seu Chardonnay, a variedade rainha, que
garantiu seguidores e prêmios em todo o mundo por sua acidez picante e sua
mineralidade. Variedades de clima frio se desenvolvem aqui, protegidas pela
Cordilheira da Costa, dos efeitos da corrente Humboldt no oceano Pacífico. A
par disto, se realizaram importantes inversões próximas do Parque Nacional Fray
Jorge. No interior as variedades tintas, em especial o Syrah, se desenvolveram
nos barrancos que antigamente deram proteção aos povos nativos desta zona. Ao
sul de Limari, o menos conhecido Vale de Choapa, produz belos Syrah e outras
variedades tintas nos solos rochosos nas cercanias dos Andes.
Vale do Aconcágua
Aconcágua, uma
das regiões mais tradicionais do vinho chileno, experimentou importantes
transformações nos últimos anos. Conhecido por seus ricos vinhos tintos,
cultivado na pré cordilheira dos Andes, o vale seguiu o curso do Rio Aconcágua
- assim chamado por causa do pico mais alto da América - e descobriu com isto
os benefícios do clima frio. Hoje, o Sauvignon Blanc, deliciosamente
refrescante, altera a relação entre cepas brancas e tintas no vale, que mostra
também vastas plantações de vinhedos orgânicos e biodinâmicos.
Vale de Casablanca
As mudanças que o
Chile efetuou em direção a uma viticultura de clima frio começou a cerca de 25
anos quando enólogos inovadores decidiram plantar nesta região pre costeira. A
audácia mostrou-se tão exitosa que estas terras tão pouco férteis se
transformaram em uma zona verde cheia de vinhedos. O Chardonnay continua seu
reinado, porém o Sauvignon Blanc e o Pinot Noir, dois dos varietais mais
destacados no Chile, estão em fase de crescimento. Este Vale também produz
alguns tintos e o Syrah - bem cuidado e plantado em áreas mais temperadas -
está começando a chamar a atenção tanto no Chile como no exterior.
Vale de San
Antonio / Leyda
Conhecido
principalmente por suas atividades portuárias, produtores de uvas
empreendedores converteram o setor em uma área bem dotada para as cepas de
clima frio, como o Sauvignon Blanc (aumentou uns 15%), Chardonnay (mantém-se constante),
Pinot Noir e Syrah (ambos cresceram um pouco). A região está dividida em
setores: Leyda, Lo Abarca e Rosario encabeçam a lista, seguidos de novas zonas
de produção como Malvilla, Cartagena e Lleolleo. Os ventos frios e a escassez
de água representam grandes desafios aos viticultores, apesar de que os
destacados vinhos frescos e minerais façam com que o esforço valha a pena.
Vale do Maipo
Se bem que esta
não é a região vinífera mais antiga do Chile - como alguns autores haviam
afirmado - Maipo é, sem dúvida, uma das mais tradicionais, com suas casas
senhoriais do século XIX, rodeadas de vinhedos de estilo francês. Há 150 anos
esta região liderou a segunda fase áurea do vinho chileno e foi parcialmente
responsável pela fama do Cabernet Sauvignon do vale, que ainda é a cepa mais
apreciada da região. Na última década se definiram três áreas distintas: Maipo
Andino - também conhecido como Maipo Alto - que produz um dos mais elegantes
Cabernet Sauvignon do país; Maipo Costa, área mais nova e que aproveita a
influência marítima para produzir tintos com mais acidez natural e Maipo
Central, berço de um dos melhores Carmenere.
Vale do Rapel / Cachapoal
Quando o Chile
definiu um sistema de Denominação de Origem, declarou a VI Região, ao sul do
Rio Maipo e no coração da zona agrícola, como o Vale do Rapel, limitado pela
represa por um lado e o rio do mesmo nome, que corre em direção à costa. Posteriormente,
pelas diferenças geográficas, o setor se dividiu em duas zonas distintas. O
Vale do Cachapoal, ao norte, tem pouca influência marítima e seus três setores
principais: Rancágua, Peumo e Alto Cachapoal, são mais conhecidos por seus
encorpados vinhos tintos, particularmente por seu Cabernet Sauvigon da zona
andina e o premiado Carmenere, próxima ao centro do vale.
Vale do Rapel / Colchagua
O extremo sul do amplo Vale do Rapei é mais conhecido como o
Vale de Colchagua, zona tradicionalmente celebrada por seus maduros e
encorpados vinhos tintos. O Cabernet Sauvignon continua liderando a produção,
ainda que, em algumas ocasiões é o Syrah e o Carmenere que atraem as atenções
do público juntamente com o escasso porém excelente Malbec que provém do mesmo
vale. Hoje, entretanto, os vinhedos se expandiram em direção à costa, ampliando
o catálogo de vinhos finos do Vale, incluindo variedades de clima frio como o
Sauvignon Blanc.
Vale de Curicó
O Vale do Curicó
possui uma larga tradição vitivinícola, cultivando suas uvas no setor central
do vale há mais de 150 anos. Realmente a produção de vinho é uma das indústrias
mais importantes da zona. Hoje em dia quem viaja pela estrada Panamericana se
maravilha pelos longos quilómetros de vinhedos que bordeiam o caminho. Com
diferentes condições climáticas e geológicas, além da água farta, tanto do Rio
Teno como do Rio Lontué, podemos dizer que Curicó comprovou ser uma fonte
consistente de boas uvas tintas e brancas. As nova plantações do vale cresceram
cerca de 15% sobre o ano anterior.
Vale do Maule
A apéllation mais
extensa e diversificada do Chile se compõe de três setores distintos. O setor
norte, pelo lado oriental da Estrada Panamaricana se estende até a pré
Cordilheira dos Andes. O maior setor está bem no centro do Vale, concentrado ao
redor dos rios Maule e Loncomilla e o terceiro setor, no árido junto à costa,
se situa em direção ao poente. A diversidade dos vinhos produzidos no vale
incluem uma lista de tintos vivos e frutados, de cepas nobres, até vinhos únicos
produzidos a partir das antigas parreiras. Estes últimos se mostram tão
atrativos que levaram os enólogos a repensar sua opiniões sobre variedades
consideradas rústicas, como o Carignan.
Vale do Itata
"Devagar
porém constante" é a frase chave das região mais antiga do vinho chileno.
Os primeiras parreirais entraram no país em meados do século XVI em uma baía
próxima de Concepcion e dali se encaminharam rumo ao norte, por terra. Seus
verões calorosos e seus invernos chuvosos e frios representam desafios às
variedades nobres plantadas posteriormente. Só puderam superar este desafio com
a ajuda da moderna tecnologia. Assim, um grupo pequeno de produtores dedicados
pôde elaborar vinhos para exportação, além do tradicional vinho para consumo
interno.
Vale do Bío Bío e
Malleco
Para efeitos
reais podemos afirmar que o Bío Bío e o Malleco, a 400 km da capital, continuam
representando o extremo sul da indústria vitivinícola chilena, mesmo que
algumas vinícolas experimentais sigam avançando ainda mais ao sul. Apesar dos
calorosos dias de verão, os ventos frios e os intensos invernos chuvosos
obrigam os viticultores a se manterem atentos aos detalhes. A região está se
mostrando muito interessante para o Pinot Noir, Chardonnay e Sauvignon Blanc,
tanto que há pouco tempo já superaram a mais tradicional cepa do país, tanto em
volume como em popularidade. Valerá a pena manter-se atento aos vinhedos jovens
que muito cedo começarão a produzir excepcionais vinhos de clima frio.
Pô, Sequetin, é praticamente o Chile todo! rs
ResponderExcluirTô indo lá dar uma conferida pessoalmente em outubro. E o seu blog vai no meu bolso. Bj!