Vinhos e alimentos afrodisíacos.
Desde os tempos da Grécia antiga existe a busca por elementos afrodisíacos. Alguns alimentos, ervas e temperos eram considerados assim por terem substâncias capazes de aumentar o desejo. Outros estavam ligados ao desejo por lembrarem formas dos órgãos masculinos ou femininos. Embora não exista explicação lógica para esta relação, parece que a associação de comida afrodisíaca ao vinho potencializa seu poder. No inverno, em dias frios e escuros, indica-se o uso de condimentos, enquanto ervas frescas são mais utilizadas durante o verão. Seguem algumas sugestões de harmonização.
A ostra é considerada o mais sensual dos alimentos. Sua textura e aromas remetem diretamente ao mar e a pensamentos sensuais. A harmonização de ostras com vinhos brancos é perfeita. O casamento clássico se dá com os Chablis (vinhos franceses elaborados com uvas Chardonnay), muito aromáticos, cremosos e com acidez notável. Alternativa válida: Sauvignon Blanc neozelandeses, sul-africanos, chilenos, frescos e frutados.
Ervas aromáticas como manjericão, salsinha, tomilho, orégano, sálvia, alecrim, manjerona, coentro, menta, cerfeuil, estragão. Seus aromas frescos e intensos não apenas estimulam o desejo, mas, diz-se, aumentam a fertilidade. Comidas temperadas com estas ervas (grelhados, molhos encorpados, assados, pizza, ensopados de caça e carne) harmonizam bem com vinhos tintos italianos das uvas Negroamaro, Barbera, Primitivo e Corvina, quentes e fortes, com aromas de terra e ervas. Molhos de ervas (chimichurri, pesto, salmoriglio) ficam ótimos com vinhos da uva Carmenère (excelentes exemplares do Chile). Comidas levemente apimentadas harmonizam com Shiraz (experimente os australianos).
O gengibre é considerado afrodisíaco não apenas pelo zinco, mas por seu sabor picante e aromático, assim como as misturas da sensual cozinha de algumas regiões da China, Tailândia e Índia. Em pratos salgados onde este ingrediente predomine, escolha vinhos das uvas Gewürztraminer e Riesling. Na região da Alsácia há ótimos exemplares, assim como na Alemanha e recentemente no Brasil. As duas uvas são bastante aromáticas. Alternativa: Sauvignon blanc chilenos, geralmente frescos, maduros e com boa intensidade.
Os pratos de sobremesa estão cheios de ingredientes afrodisíacos. O mel já foi usado na cura para infertilidade e dá nome à fase de comemoração do casamento: lua-de-mel. Muitas sobremesas de origem árabe levam mel aromatizado com água de rosas. Para este tipo de sobremesa escolha vinhos doces da uva muscat, bem jovens.O aroma da baunilha aumenta a luxúria, assim como alimentos do mesmo grupo aromático: coco, cacau ou chocolate e café. Nestes casos, boas opções são os moscatéis do Sul da Itália, mais fortes e envelhecidos, ou Banyuls (tinto de sobremesa da França). Quanto mais forte o sabor do prato, mais encorpado deve ser o vinho. A doçura do vinho deve ser igual ou superior à doçura da sobremesa. Vinhos do Porto são ótimos para sobremesas com chocolate amargo, café e caramelos.
Entre as frutas, o figo, por sua forma e sabor, chama o amor. Groselhas, cerejas e morangos são particularmente especiais para se comer com a pessoa amada e foram descritos pelos gregos como "frutas mamilos". Elas também dão molhos incríveis para contrastar com receitas robustas, aromáticas e untuosas da antiga cozinha francesa (magrets e confits de patos, porco e caça em geral). Vinhos da uva Malbec, com aromas florais de violeta, notas intensas de geléia de frutas maduras e sabor intenso harmonizam muito bem com molhos de frutas. Outra boa opção são os Shiraz australianos não muito amadeirados. Exuberantes e aromáticos, lembram também figos maduros. Os espanhóis jovens da Ribera Del Duero, sem madeira, seguem a linha.
Dicas de Sandro Sarbach - Personal Sommelier - www.personalsommelier.com.br
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