Grande parte dos vinhos brancos alemães é de excelente qualidade, mas é uma pena que sejam tão pouco consumidos no Brasil. Antes da chegada ao mercado das discutidas garrafas azuis, havia o conceito que os melhores tintos eram franceses e os melhores brancos alemães. Pelo preço, a garrafa azul teve o mérito de fazer o vinho chegar pela primeira vez à mesa de um número maior de pessoas, mas pela qualidade todos os vinhos alemães foram injustamente penalizados. Com isso, o consumidor mudou de opinião. Atualmente é fácil observar a pouca quantidade dos vinhos germânicos nas prateleiras dos supermercados e no catálogo dos importadores. Por outro lado, a dificuldade em entender o significado de algumas expressões constantes dos rótulos também deixa o comprador confuso, fazendo com que ele se decida por rótulos de mais fácil compreensão.
Existem algumas informações que realmente não significam muito para o consumidor comum. Entre elas, o nome do produtor, região, comuna, safra e nome da uva (Müller-Thurgau, Riesling, Silvaner, Kerner, Bacchus, etc.). Entretanto, é preciso observar outros nomes, estes sim fundamentais, obrigatoriamente constantes dos rótulos. São categorias baseadas na maturação das uvas por ocasião da colheita e que definem a qualidade dos vinhos:
Tafelwein - ou Deutscher Tafelwein - vinho de mesa comum, sem grandes pretensões.
Deutscher Landwein - de uma das 19 regiões Landwein, normalmente secos. A lei exige uvas mais maduras que para o Tafelwein, tornando portanto a qualidade melhor.
Qualitätswein (QbA) - a maioria da produção alemã cai nesse categoria. As uvas destinadas para vinhos QbA satisfazem um nível legal mínimo de maturação e podem ser provenientes de 13 diferentes regiões.
Qualitätswein mit Prädikat (QmP) - “vinho de qualidade com atributos especiais”. É o mais alto nível de qualidade dos vinhos alemães. Existem seis “atributos especiais”, também mencionados nos rótulos, indicando um determinado nível de maturação durante a colheita. Os principais produtores fazem diversas incursões nos vinhedos para colher as uvas somente no momento que atingem esse nível. Fazendo a colheita em outubro e novembro (ou até além) as uvas continuam a amadurecer lentamente e desenvolvem grande concentração de fruta e caráter, embora mantendo altos níveis de frescor e acidez. As seis designações QmP são as seguintes:
• Kabinett - vinhos leves, secos, vinificados de uvas totalmente maduras.
• Spätlese - são vinhos de colheita tardia, colhidas no mínimo sete dias ou mais após a colheita principal, contendo grande conteúdo de açúcar. São vinhos intensos e concentrados em versões doce ou seco (Trocken).
• Auslese - cachos de uvas muito maduras colhidos de maneira selecionada, muitas vezes afetados por botrytis (uvas desidratadas pela ação de um fungo, deixando um suco residual extremamente doce). Normalmente são doces. Nos mais secos ou meio secos, o rótulo menciona respectivamente as palavra Trocken ou Halbtrocken.
• Beerenauslese - colheita individual de bagos super maduros normalmente afetados por botrytis, produzindo vinhos muito doces e ricos para acompanhar sobremesas ou como vinho de meditação.
• Trockenbeerenauslese - colheita individual de bagos super maduros normalmente muito afetados por botrytis e enrugados como uvas passas. Somente produzidos em boas safras quando o clima de outono é favorável, produzindo vinhos deliciosos, doces e incrivelmente concentrados com acidez refrescante. Vinho raro e muito caro.
• Eiswein - vinhos de intensidade Beerenauslese, feito de uvas colhidas e prensadas ainda congeladas. Raro e caro, Eisweins têm doçura e intensidade de uvas passas, mas retém um traço ascendente de acidez. É um vinho sem igual.
Fonte: Texto da Winexperts
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