
Ao leigo, resta decidir qual bodega visitar em meio a uma ampla oferta de vinícolas chilenas, mas alguns critérios podem ser adotados: distância de Santiago; apreço por vinho tinto ou branco; busca de uma bodega portentosa ou de uma antigona; gosto por uma das marcas consumidas no Brasil, como Concha y Toro, Santa Helena, Almaviva, Undurraga e Morandé.
As vinícolas mais próximas, a cerca de três horas de carro, ficam nos vales Central e do Aconcágua, ao sul e ao norte da capital respectivamente. Cada uma delas tem suas sub-regiões e, por vezes, ainda há outras zonas específicas. O vale Central reúne os vales de Maipo, Rapel, Curicó e Maule. Dentro do Rapel, há outra área famosa, o vale do Colchagua (a 180 km da capital). Rumo ao norte, o vale do Aconcágua subdivide-se em Casablanca e Aconcágua.
Outro critério na hora de definir um circuito de enoturismo é optar por uma rota mais tradicional ou por uma mais nova --ou ambas para ver a diferença. Para quem está atrás da primeira opção, tanto Maipo quanto Colchagua (www.colchaguavalley.cl) congregam as bodegas mais antigas do país, muitas do século 19. A Cousiño Macul (www.cousinomacul.cl), em Maipo, é a mais antiga do Chile, de 1856. Maipo também tem vinhas tradicionais, como a Undurraga (www.undurraga.cl), de 1885, e a Concha y Toro (www.conchaytoro.cl), de 1883. Nesse caso, o critério distância pode se aliar ao de preferência da marca. A Concha y Toro --embora tenha vinhas não apenas em Maipo, mas também em Colchagua e Casablanca-- recebe turistas para visitação a 30 km de Santiago, em Pirque. Em Colchagua, a Casa Silva (www.casasilva.cl) é a mais antiga do vale, e a Viu Manent (www.viumanent.cl) fica numa vila espanhola com um jardim no meio. Turistas podem fazer um passeio de charrete pelas vinhas, enquanto o guia passa as explicações.
Já quem procura plantações recentes, deve ir para um dos vales da moda, o de Casablanca, a 80

Quem tem apreço pelo vinho branco certamente se deliciará com a bebida desse vale, de onde vêm hoje os melhores brancos do país --a plantação de sauvignon blanc e de chardonnay ocupam 2.500 hectares em Casablanca.Embora o forte seja o branco, na Veramonte vale provar o tinto Primus --um corte com merlot, carmenère e cabernet sauvignon.
Em um tour por vinícolas, os guias mostram a plantação, explicam quais as cepas de maior destaque no vale, as etapas da produção e mostram o maquinário. Cada vinícola tem sua história, como a adega da famosa Concha y Toro, na qual, reza a lenda, o fundador, don Melchor, reservava os melhores vinhos para si num porão habitado pelo diabo. Causos à parte, em alguns locais o turista pode circular pelos barris onde está armazenada a bebida. O tour acaba com uma degustação. Ou melhor, com o visitante levando uma garrafa de vinho.
Fonte: Margarete Magalhães - Folha de S. Paulo
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