Um pouco da história do vinho português.


Em Portugal, a vinicultura é um resultado das diversas civilizações que por lá passaram, como os fenícios, cartagineses, gregos e, principalmente, os romanos. Estes últimos já recebiam vinhos exportados de Portugal. Em 1703, as exportações intensificaram-se com o Tratado de Panos e Vinhos, que foi assinado com a Grã-Bretanha. Interessante que alguns nomes de vinhos portugueses são em inglês, o que evidencia a marcante influência dos investidores britânicos na região naquela época.

A dependência econômica portuguesa da Inglaterra foi muito fortalecida, principalmente na época da guerra com a França de Napoleão Bonaparte. Vale lembrar que Don João VI e a família Real Portuguesa vieram ao Brasil escoltados por uma frota de fragatas britânicas. Portugal tem o mais antigo sistema de apelação conhecido, a região demarcada do Douro. Esta região, entre outras, como a dos vinhos verdes, produz alguns dos vinhos mais requintados, exclusivos e valorizados do mundo. O Douro também é conhecido pelo famoso Vinho do Porto, o vinho generoso, que esteve na origem desta demarcação, ordenada em 1756 pelo Marquês de Pombal.

Enquanto outros países expandiam a vinicultura ao plantar uvas francesas, em Portugal, devido ao seu relativo isolamento do resto da Europa, o foco era plantar mais uvas da região. Surpreende a vastíssima quantidade de castas nativas (em torno de 300), que permite produzir uma grande diversidade de vinhos com personalidades muito distintas. O guia The Oxford Companion to Wine descreve o país como um verdadeiro "tesouro de castas locais".

Portugal possui nomes de uvas bem diferentes de outros países: Bastardinho, Borrado das Moscas, Cornifesto, Donzelinho, Esgana-Cão, Negra Mole, Arinto, Sousão, Rabo de Ovelha e Vinhão. Algumas das castas tintas portuguesas mais importantes são: Touriga Nacional, Baga, Castelão, Touriga Franca e Trincadeira (ou Tinta Amarela). Entre as castas brancas portuguesas destacam-se: Alvarinho, Loureiro, Arinto, Encruzado, Bical e Fernão Pires.

Tradicionalmente combinam-se diversas castas brancas. Apesar de terem características próprias, há que considerar que a mesma casta de uva poderá produzir vinhos diferentes conforme as condições em que é cultivada. Interessante também notar que existem algumas uvas que possuem nomes diferentes em Portugal. A famosa Tempranillo (na Espanha) chama-se Tinta Roriz ao norte de Portugal e Aragonês no sul. Também existe uma uva pouco conhecida, chamada Mencia (ao sul da Galícia), que se denomina Jaen em Portugal.

Um comentário:

  1. E são na maioria vinhos fantásticos, cada um com sua característica. Preços muito acessíveis e algo que pouco se vê por aí o destaque para o enólogo que produziu o vinho, muitas vezes em destaque no rótulo.

    Um abraço alemdovinho

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