Quanto cobram (e se cobram) os restaurantes pelo serviço de rolha.

Por Horst Kissmann (Prazeres da Mesa)

Foi-se o tempo em que levar vinho para o restaurante era hábito de gente rica e esnobe. Cada vez mais comum, a prática já é vista com bons olhos pelos proprietários das casas que agora percebem nisso um serviço a mais a ser oferecido, e cobrado. Dos mais de 150 restaurantes pesquisados por todo o Brasil, somente quatro recusam-se a emprestar suas taças e saca rolhas. Sinal de que finalmente as brigadas estão de prontidão não somente para desarrolhar garrafas, mas também, e se necessário, resfriar e decantar o vinho sob a supervisão de um sommelier. Resta agora ao consumidor a árdua tarefa de descobrir novos pratos em casas que cobrem um preço justo pelo serviço: a famosa taxa de rolha.

Para Mario Telles Jr., diretor da ABS (Associação Brasileira de Sommeliers), via de regra é justo cobrar o valor do rótulo mais barato oferecido no restaurante, conceito aplicado pelo restaurante Amadeus, em São Paulo, SP. Havendo bom senso, a cobrança é justa, afinal além do custo para se manter um profissional do vinho, mais dia menos dia, as caras taças têm de ser substituídas.

Embora haja quem cobre 100 reais por garrafa desarrolhada, outros surpreendem, como é o caso do restaurante do hotel Emiliano, na capital paulista. Por lá a rolha não é cobrada, embora o serviço oferecido seja primoroso. “Recebemos um volume muito pequeno de clientes que trazem seus próprios rótulos, o que não justifica, em termos financeiros, um incômodo desses”, diz Rachel Lima, gerente de alimentos e bebidas do hotel boutique. Confira a seguir os restaurantes mais generosos com relação à taxa de rolha. Confira, abaixo, a lista completa das 150 casas por todo o Brasil.

Vejam alguns restaurantes que não cobram:
Splendido (Belo Horizonte, MG); Fogo Caipira (Campo Grande, MS); Reserva Aroeira (Piraí, RJ); La Sagrada Família (Rio de Janeiro, RJ); A Figueira Rubaiyat, Baby Beef Rubaiyat, Bilbao, Brasil a Gosto, Churrascaria Portucho, Emiliano, Folha de uva, Marcel, Mocotó, Porto Rubaiyat, Ráscal, Santa Pizza (São Paulo, SP) e Gosto com Gosto (Visconde de Mauá, RJ).

Cobram até R$ 30
R$ 10 Franciacorta (São Paulo, SP); R$ 15 Casa da Suíça (Rio de Janeiro, RJ), La Tratoria (Porto de Galinhas, PE), La Vecchia Cucina (São Paulo, SP); R$ 20 Bartrô (Rio das Ostras, RJ), Terreiro Bahia (Praia do Forte, BA), Maracangalha (São Luís, MA), Oficina do Sabor (Olinda, PE), Che Bárbaro, Limonn, Na Cozinha, Quintal da Madalena (São Paulo, SP); R$ 22 Spadaccino (São Paulo, SP); R$ 23 Taberna Japonesa Quina do Futuro (Recife, PE); R$ 25 Esch Café – Centro (Rio de Janeiro, RJ), Le Foyer (Campos do Jordão, SP), América, Boa Bistrô, Emprestado, Martin Fierro, Oliva, La Forchetta, La Terrina, Osteria del Pettirosso, Osteria Pentoline, Pizza Bros., Santa Gula, Varanda Grill (São Paulo, SP); R$ 26 Parador Valencia (Petrópolis, RJ); R$ 27 Jardineira Grill (São Paulo, SP), R$ 28 Babel (Brasília, DF), R$ 29 Mestiço (São Paulo, SP); R$ 30 Werner (Brasília, DF), Pomodoro Café (Recife, PE), Madero (Curitiba, PR), Esch Café – Leblon, Montagu (Rio de Janeiro, RJ), La Table D´Or Méditerranée, (Gramado, RS), Bistrô d’Acampora (Florianópolis, SC), Bellini (Campinas, SP), Confraria do Sabor (Campos do Jordão, SP), Arábia, Bananeira, Bar da Dona Onça, Café Journal, Churrascaria La Caballeriza, Churrascaria The Prime Grill, Così, Ecco, Fillipa’s, Josephine Bistrô, Mercearia do Francês, Nico Pasta & Basta, Praça São Lourenço, Seraphini, Siá Mariana, Spot, Tanger, Tordesilhas e Wolf´s Garten (São Paulo, SP).

Cobram até R$ 40
R$ 33 Pobre Juan (São Paulo, SP); R$ 35 Aprazível, Cais da Ribeira (Rio de Janeiro, RJ); Felix Bistrot (Granja Viana, SP), Chou, Dressing, Rosmarino (São Paulo, SP); R$ 36 Forneria San Paolo (São Paulo, SP); R$ 39 Aguzzo (São Paulo, SP), Bendita Hora (Barueri, SP); R$ 40 Aleixo, Oriundi (Vitória, ES), Haus München (Belo Horizonte, MG), Boulevard, Durski (Curitiba, PR), Olivetto (Campinas, SP), Charpentier (Campos do Jordão, SP), AK Delicatessen, Buddha Bar, Chef Rouge, ICI Bistrô, La Frontera, La Pasta Gialla, Piselli, Vinheria Percussi e Zena Caffè (São Paulo, SP).

Cobram até R$ 50
R$ 42 Aguzzo, Arturito (São Paulo, SP); R$ 45 Le Manjue Bistrô (São Paulo, SP); R$ 50 Amado (Salvador, BA), Borsalino, Bugatti Pizzeria, Laguiole (Rio de Janeiro, RJ), Ají, Bacalhoeiro, Barbacoa, Cantaloup, Canvas, Dalva e Dito, Empório Ravioli, Eñe, Esch Café, Fogo de Chão, Kaá, La Casserole, La Cocagne, Maní, Paris 6, Praça São Lourenço e Ravioli Cucina Casalinga (São Paulo, SP).

Cobram acima de R$ 50
R$ 55 Carlota (São Paulo, SP); R$ 60 Antiquarius (São Paulo, SP); R$ 70 A Bela Sintra, Eau, Grand Caffè, Kinu (São Paulo, SP); R$ 80 Locanda Della Mimosa (Petrópolis, RJ), Ludwig, Fazenda Baronesa Von Leithner (Campos do Jordão, SP), Taste-Vin (Belo Horizonte, MG), Don Curro, Vicolo Nostro (São Paulo, SP); R$ 85 Terzetto (Rio de Janeiro, RJ); R$ 90 Mr. Lam (Rio de Janeiro, RJ); R$ 100 Fasano, Pomodori e Vino! (São Paulo, SP).

Negociável
Amadeus (São Paulo, SP) - o preço do vinho mais barato na carta que hoje custa 48 reais; Babbo Giovanni Perdizes (São Paulo, SP) - entre 30% e 40% de um vinho similar; Benedictus (Tiradentes, MG) - entre R$ 50 e R$ 100 que varia de acordo com o tipo de vinho e serviço a ser prestado; Chácara Santa Cecília (São Paulo, SP) - 50% do valor da garrafa. Em eventos fechados, custa R$ 10; La Piadina Cucina Italiana (São Paulo, SP) - a primeira rolha é gratuita, da segunda em diante são cobrados R$ 30 por garrafa.

Aqui seu vinho não é bem-vindo
Famiglia Mancini Trattoria, Skye, Le Vin e Walter Mancini (São Paulo, SP).

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