Boscato, mais um depoimento sobre sua qualidade.

Jorge, um amigo meu, leu o post sobre a Boscato, e me enviou essa matéria que transcrevo abaixo, achei muito interessante, pois complementa muito bem o que escrevi sobre essa vinícola e seus vinhos.

Nova Pádua tem 500 habitantes, mas consegue protagonizar dois fenômenos agrícolas. Encravada numa das mais belas paisagens do Vale das Antas, na Serra Gaúcha, o município é o sétimo maior produtor nacional de uvas. O que mais chama a atenção por lá, contudo, é uma pequena vinícola familiar, a Boscato, protagonista do mais ousado projeto de produção de uvas finas do País.

Proprietário de dois nacos de terras que somam 14 hectares, metade de uma gleba da reforma agrária, o patriarca Clóvis Boscato, 56 anos, tinha o sonho de produzir uvas extraordinárias (e vinhos idem) com tecnologia de ponta mundial. Então enviou a filha Roberta para estudar agronomia na capital; e depois mandou que fizesse mestrado em irrigação. Um dia ela voltou para casa com um ideal, encomendado pelo pai, de irrigar cada palmo da terra por gotejamento. “Pai, é inviável”, decretou. Antes que o patriarca desabasse de decepção, a mãe Inês decidiu; “Então vamos fazer”.

Cinco anos depois, cada centímetro da terra dos Boscato é irrigado é por gotejamento –e tudo é controlado por computadores. Há uma estação meteorológica própria que orienta a vazão das gotas para cada micro-clima no alto do morro, mais seco, vai mais água, na depressão da fralda, menos. As videiras, uma a uma, são podadas pela família e os oito empregados, apenas sete ramos para cada lado, e eles só deixam amadurecer dois quilos de uva em cada planta (geralmente são 10 quilos). Assim, toda a força da terra se concentra nos poucos cachos.

Resultado: os Boscato estão produzindo 300 mil garrafas de alguns dos vinhos mais conceituados pelos enólogos brasileiros. É quase unânime entre eles que o Gran Reserva Boscato, R$ 120 a garrafa em São Paulo, é disparado o melhor vinho nacional. Em 2007 a medalha de ouro como o melhor vinho nacional; já o Boscato Chardonnay ficou com a de prata.

“Sou o primeiro louco do Brasil a arriscar um projeto antieconômico como esse”, brinca Clóvis Boscato. “Mas tenho o prazer de realizar o sonho de elaborar vinhos excepcionais”.

Fonte: Hugo Studart - conteudo.com.br

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